Alguns me acham louco, outros corajoso, determinado, dentre muitos outros adjetivos que me qualificam como cicloviajante. Isso, porque viajo pedalando por várias rotas no Brasil e fora dele – inclusive nos Caminhos de Santiago Compostela de bike e sozinho, mas nunca, nunca só.
Uma rota que eu tinha muita curiosidade de conhecer depois do CAMINHO DA FÉ era a Costa do Uruguai, saindo do Chuí, seguindo o litoral pelas Ruta 9 Coronel Leonardo Oliveira, Ruta 10 Juan Diaz de Solís e depois seguir pela Ruta Interbalnearia General Líber Seregni até Montevideo.
Mostrei o meu projeto para alguns amigos e o Moisés aceitou o convite. Expliquei para ele com mais detalhes como tinha planejado fazer essa cicloviagem, que a condição era viajar sem uma programação exata – no estilo “um dia por vez”, sem apoio e com alforjes (meu estilo de viagem). Enfim, deixar a viagem acontecer. Ele topou!
O Moisés comprou uma bicicleta para a cicloviagem que seria longa, sendo o primeiro amigo a aceitar o meu convite. No dia do seu aniversário, presenteei-lhe com um bagageiro e os alforjes que utilizei na minha primeira cicloviagem para o Caminho Francês de Santiago de Compostela. Agora sim: tudo pronto.
Como já havíamos pedalado mais de 100 km de Morretes, Guaraqueçaba com outros amigos, só precisamos treinar um pedal com os alforjes carregados para o meu amigo se adaptar com a nova bike carregada.
Tudo planejado, Então foi só marcar a data e começar!
E assim fizemos, deixamos Morretes de carro, levando as duas bikes, e partimos para o Chuí-RS, divisa com o país vizinho – Uruguai.
22/11/23 – 1ª Etapa da Cicloviagem: Chuí – Punta del Diablo
Depois de uma noite de descanso no Chuí, acordamos cedo. Começamos a preparar as cargas nas bikes, calibrar pneus, o checklist que um cicloviajante costuma fazer.
Depois daquele gostoso café na pousada Chuí, preparado pelo senhor Renato, deixamos o carro na garagem e partimos com destino à Aduana Uruguaia, localizada na estrada de Punta del Diablo.


Vivenciamos lindos momentos ao passarmos a distância por Barra de Chuy Puimayen, Palmares de Lá Coronilla. Na Rota 9, pedimos orientações para a senhora Noemi que nos sugeriu conhecer Lá Coronilla, que nos desviaria da Rota 9, com direito à travessia pela Ponte suspensa (Puente Colgante).







Em Lá Coronilla, encontramos com a senhora Ampay de Amesterdã, proprietária de uma pousada, com quem conversamos sobre o projeto da nossa cicloviagem pelo Uruguai e sobre as nossas experiências anteriores como bicigrino, pelos Caminhos de Santiago. Despedimo-nos e seguimos pela ponte suspensa com destino à Fortaleza Santa Teresa.



Seguindo pela Rota 9, chegamos em torno de 14h a Punta del Diablo, um povoado de pescadores que, sem abandonar a tradição, dedicou-se ao turismo, combinando uma boa quantidade de complexos de cabanas, hotéis, campings, com rochedos que adentram o mar, de onde é possível avistar todo o povoado, desfrutar da praia protegida por uma enseada para dar um mergulho ou ir ao mar para a pesca esportiva.
O povoado deve seu nome à área que foi cenário de muitos naufrágios em séculos passados. Este lugar foi povoado por pescadores em meados de 1942, que se dedicavam à pesca de tubarões, cujo azeite era exportado para alimento dos exércitos durante a Segunda Guerra Mundial.
Um dos atrativos para se visitar na localidade é a feira artesanal, localizada no centro do povoado. Os artistas da área põem música ao cair da tarde, enquanto os turistas caminham nas areias ou saboreiam um drink ou um bom jantar à base de frutos do mar.
Caminhando pelas praias, fomos também até o monumento Artigas, sobre uma pedra localizada na Playa de los Pescadores.
O monumento possui uma estátua que reproduz a carta de Artigas para Bolívar, sendo um dos cartões-postais do vilarejo.



23/11/23 – 2ª Etapa da Cicloviagem: Punta del Diablo – Cabo Polônio
Acordamos bem cedo na Vila dos Pescadores com aquele cenário maravilhoso de vista para o mar, arrumamos nossos alforjes, carregamos as nossas bicicletas e fomos entregar a chave no local combinado, onde seria servido o nosso café matinal (desayuno). Para nossa grata surpresa, o funcionário que recebeu a chave nos informou que a cozinha começaria a funcionar a partir das 8h30. Mas, gentilmente o atendente nos forneceu um cafezinho expresso de máquina.
Agradecemos ao funcionário, deixamos a Vila em torno de 7h20 e nos dirigimos para rotatória da Rota 9 com destino a Cabo Polônio 🇺🇾, onde imaginávamos encontrar a panificadora aberta, porém, também estava fechada. Ali mesmo optamos pelo nosso próprio lanche sem o famoso café matinal feito na hora.
Seguimos pela Rota 9 com sol, céu azul e sem nuvens, mas com aquele vento que nos acompanhava desde o Chuí. Ao chegar na rotatória que dá acesso à praia de La Esmeralda, onde paramos para descansar e fazer umas fotos, continuamos a pedalar deste ponto, lendo os diversos cartazes que informavam o que se oferecia nas tendas: hongos, quesos, jabali al escabeche, pan casero, huevos; mas, não havia café e nem água para comprarmos e repormos a nossa garrafa reserva.


Por volta das 11h paramos em Castillo para o almoço: uma deliciosa pasta no restaurante e pizzaria Arenas; ali conversamos com o Carlos, proprietário que conhece o Brasil, Rio de Janeiro. Após o almoço, já descansados, seguimos pela Rota 16 admirando um cenário de palmáceas ao redor da estrada, até chegarmos numa rotatória, quando dobramos à direita, seguimos pela Rota 10, passamos a distância por Águas Dulces e Valizas, seguindo com destino a Cabo Polônio.
Nessa Rota 10, quando estávamos a uns 15 km da meta do dia, paramos num povoado ao lado da Laguna de Castillo, procuramos um local para tomar algo gelado e encontramos o comércio do Senhor Guenaga, que morou em muitos lugares do Uruguai. Segundo o seu relato, conhece o Brasil e o sonho dele é juntar dinheiro em seu país e depois comprar uma Kombi para conhecer o litoral brasileiro.



Passamos sobre a ponte desta localidade, onde estavam muitos pescadores na tentativa de fisgar um peixe. Dali, seguimos para Cabo Polônio e fomos bem recebidos como visitantes. Ali compramos os ingressos de acesso, e para nossa segurança a atendente nos ofereceu um estacionamento interno e fechado para as bicicletas a um preço bem atrativo. Essa era uma das nossas preocupações: deixar as bikes em um lugar seguro.
Resolvidas estas questões, restou apenas aguardamos o momento de subir no caminhão-jardineira 4×4, um dos únicos meios de acesso ao Parque Nacional Cabo Polônio, por ser uma área protegida, que desde 2009 integra o Sistema Nacional de áreas naturais protegidas do Uruguai.



Lá chegando, fomos para a pousada Puertas al cabo, onde nos hospedamos e fomos recebidos pelo Senhor Mário, uma excelente pessoa. Uma vez instalados, fomos desfrutar de belas paisagens e um passeio farol pela parte externa do farol, mesmo com restrições de acesso ao “Loberia”, por riscos sanitários, tivemos o privilégio de filmar na distância recomendada, uma colônia de lobos marinhos em seu habitat natural, um dos grandes atrativos da visita ao Parque Nacional, localizado em Rocha, ao leste do Uruguai.














Além das duas atrações mais procuradas pelos turistas que visitam o local: o Farol e a reserva de lobos marinhos, tivemos a oportunidade de conhecer a linda Playa de la Calavera (ou praia Norte) – a praia mais próxima da vila, pois beira a “rua dos restaurantes”, Camino Posadas.
A praia de Calavera é extensa, com mar agitado e areia mais escura. Nela, estão os acessos ao farol e à reserva de lobos-marinhos (no canto direito), e às dunas móveis (no lado esquerdo). Já a Playa Sur – Praia Sul – tem areia mais branca, macia e uma cara mais selvagem, embora o mar seja mais calmo. Nas duas praias a água é cristalina, mesmo não tendo aquele tom azulzinho, e não é tão gelada como eu imaginei.
No fim da tarde todos se reúnem na praia Sul para ver o sol se pôr, algo indescritível é o momento que o turista precisa parar para observar o céu mudar de cor e a noite começar a chegar.
Optamos por jantar na pousada onde o senhor Mario mostrou os seus dotes culinários, servindo uma apetitosa pasta, acompanhada por um bom vinho. Nesta noite, conhecemos o casal da Holanda Willeke Geertsema e Jeroen – estavam em férias conhecendo o Brasil e outros países.
Cabo Polônio não tem energia elétrica e nem água encanada, mas é um lugar lindíssimo, único, com uma atmosfera singular. É um dos lugares mágicos desta cicloviagem pelos balneários do Uruguai, uma beleza em estado bruto, um lugar autêntico e único.
24/11/23 – 3ª Etapa da Cicloviagem: Cabo Polônio 🇺🇾 – La Paloma 🇺🇾
O horário de funcionamento do caminhão-jardineira 4×4 de retorno de Cabo Polônio para a recepção de turistas começava a partir das 08h30. Levantamos mais tarde que os outros dias e o senhor Mario nos esperava com um delicioso café, além de tostadas e omelete.
Calmamente arrumamos os nossos alforjes e fomos para a estação do embarque; dali seguimos. Era um dia gostoso de céu azul, com mar calmo, que nos inspirava para uma pedalada rumo à La Paloma.
Ao chegarmos à recepção sob temperatura de 19ºC, depois de pagarmos o estacionamento das bikes e ajeitamos as nossas cargas, partimos pela Rota 10 margeando a praia de Oceania del Polônio. As placas sinalizavam estarmos a 30 km, pedalando e parando em uma ciclofaixa compartilhada entre pedestres e ciclistas, onde registramos belas imagens.




Na rotatória, não entramos no balneário de La Pedrera, preferimos seguir em frente, margeando a praia de Arachania e mais adiante, numa estrada arborizada, chegamos à La Paloma e fomos direto para o centro da cidade, onde registramos o nossa chegada.
Após o almoço, fomos para o hotel Palma de Mallorca, já bem instalados, distantes do centro para descansar e aproveitar a piscina para relaxar.



Para o jantar pedimos uma pizza de meio metro (que dificuldade para fazer esse pedido, rsrs), desconhecíamos o tamanho da fome e acabou sobrando, mas o vinho tinto Tannat, esse, sim, foi na medida. Em seguida, eu e Moisés decidimos planejar como seria o dia seguinte após deixarmos La Paloma, e se o plano desse certo, teríamos que pedalar 12 km até a Laguna de Rocha, achar uma pescadora (Dona Olga) – segundo recomendações, ela nos atravessaria de barco à tal Laguna, e então, se tudo desse certo, seguiríamos viagem por mais 80 km; e se desse errado, teríamos de voltar os 12 km, fazermos uma volta de 30 km, circundando a Laguna e daí percorrermos os outros 80 km restantes ou seja, um pedal de 144 km, ou seja, uns 40 km.
Decidimos fazer a travessia da Laguna de Rocha, mas não conseguimos contato com a Dona Olga. Precisávamos nos recolher, porque na manhã seguinte deveríamos estar preparados para as duas situações.
25/11/23 – 4ª Etapa da Cicloviagem: La Paloma 🇺🇾 – Punta del Este 🇺🇾
Acordamos cedo e fomos para um delicioso café matinal, ajeitamos os alforjes nas nossas companheiras (bikes) de estrada, deixamos o hotel passando ao lado de uma linha férrea e uma estação ferroviária desativada, logo adiante, na rotatória onde há um acesso para o Porto de La Paloma, dali seguimos para a Vila de Pescadores Laguna de Rocha, uma linda pedalada com um visual incrível.

Chegando próximo da vila, o Moisés conversou com um senhor que cavalgava ao redor da laguna, e perguntou se ali morava a D. Olga ou alguma pessoa que fazia a travessia de pessoas para o outro lado da laguna, ele confirmou que o Pepe morava na última casa da vila; seguimos em frente e nos deparamos com uma placa que indicava: “Cruce en Balsas – falar com Pepe – +598 91 861 507“. Ali fomos, e depois de um longo tempo nos atenderam. Era a Dona Olga, porém, não fazia mais a travessia, somente o seu Pepe, ela foi, então, chamá-lo. Lá de dentro veio ele, que seria o nosso Anjo do dia.





A Lagoa de Rocha forma parte do Sistema Nacional de Áreas Protegidas (SNAP) do Uruguai na qualidade de ¨paisagem protegida¨, formada por aproximadamente 22.000 hectares, que inclui as 7.200 de corpo de água, colinas, planícies, a margem costeira e parte da plataforma oceânica. Além disso, foi declarada em 1977, Parque Nacional Lacustre e reserva mundial de biosfera para a UNESCO. Desde 2015, integra o lista de áreas úmidas com relevância internacional que elabora a Convenção Ramsar.
A lagoa se comunica com o oceano Atlântico através de um sistema natural de abertura e fechamento de barras arenosas; a acumulação de água na lagoa se dá pela ação do mar, fazendo com que ingressem num espelho de água, variedades muito conhecidas de crustáceos (camarão) e de peixes. Na travessia, avistamos uma grande diversidade de aves. A Lagoa de Rocha, particularmente, parece servir de lar e refúgio de aves, abrigando muitas espécies.
Com a travessia vencida em mais ou menos 30 agradáveis minutos, ouvindo as histórias do senhor Pepe, que nos informou que a D. Olga não fazia mais a travessia, despedimo-nos e colocamos as bikes no areião para seguirmos viagem – a um trecho de mais de 40 km de estrada de chão, até atravessarmos a enorme e linda ponte sobre a Laguna del Garzón. Neste local ainda há marcas do antigo ferry-boat.





Atravessamos essa moderna ponte e do outro lado paramos para numa mercearia e restaurante para o almoço – uma excelente indicação de local, com boas opções e deliciosos pratos. Deste ponto, já descansados, seguimos para a graciosa Vila de José Ignácio.






Após documentarmos nossa passagem com lindas fotos em frente ao farol, seguimos para Punta del Este – nosso destino final do dia –, antes passando pela cidade de La Barra e cruzando a famosa Ponte Leonel Vieira, mais conhecida por ponte ondulada.







Seguimos até a praça da Mão de Punta del Este para marcar nossa presença, e depois, para La casa – Hotel e Pousada onde nos hospedamos.
Para jantarmos optamos por uma casa de carnes e restaurante, onde a carne é temperada e entregue aos clientes crua, para que, na churrascaria, possa se assar a própria carne no ponto desejado.
26/11/23 – 5ª Etapa da Cicloviagem: Punta del Este 🇺🇾 – Atlántida 🇺🇾
Acordamos cedo e não tomamos café na pousada, preferimos fazer o desjejum no caminho, pedalamos um pouco ainda em Punta del Este, encontramos uma loja de conveniência ao posto de combustível e ali fizemos o nosso “desayuno”. Aproveitamos para comprar um lanche para viagem.
Deixamos Punta del Este e nos direcionamos para Atlántida, seguindo pela IB – Ruta Interbalnearia General Liberal Seregni, numa subida com uma bela vista para o mar, onde há o “Mirador Puesta del Sol”; ali senti um forte balanço na Poderosa Gravel, parei e constatei que havia quebrado o bagageiro próximo ao parafuso de fixação do mesmo.


Depois da minha experiência em Boadilla del Camino, no Caminho de Santiago, quando tive um para-lama solto pelo excesso de barro, sempre levo no meu kit de ferramentas um jogo de abraçadeiras de nylon para lacre, conhecido la fora como brida nylon reforzada.
Travei bem o bagageiro, fizemos umas fotos no mirante e seguimos pedalando, passamos pela Capela Virgen de los Treinta y Três, em seguida, na cidade La Capuera do Departamento de Maldonado, e nos deparamos com uma feira aparentando uma espécie de brechó, pois parecia um encontro de desapegos, ofertando-se objetos em desuso de todos os tipos.

Como faltavam mais de 100 km para chegar em Montevideo, por segurança, procurei por um pedaço de arame, precisando também de um alicate. Circulamos pelas bancas da feira, conversei com o senhor Mido, quem me deu um pedaço de arame, e o senhor Fredy me emprestou um alicate e uma turquesa.






Feito o reparo, agradecemos a esses colaboradores e nos despedimos, logo adiante num povoado denominado de Pan de Azucar, havia uma sinalização mostrando que faltavam 59 Km para se chegar a Atlántida e 105 km para Montevideo.
Passamos por Castillo Pittamiglio, não entramos, seguimos e passamos ao lado do Arroio Solis Grande, pedalando num dia maravilhoso de muito sol. Logo chegamos a Atlántida e fomos direto para o hotel Argentina, onde nos hospedamos.





Bem instalados, e como já havia passado das 16h, fomos para o nosso almoço e jantar (almojanta). Com o mapa da cidade em mãos, fizemos um passeio pelo centro da cidade, e em seguida, fomos para o merecido descanso do dia no hotel.
27//11/23 – 6ª Etapa da Cicloviagem: Atlántida 🇺🇾 – Montevideo 🇺🇾
Sem atropelos, acordamos e fomos para o café; alias, sempre fomos bem servidos com opções para todos os gostos.
Arrumamos nossos alforjes na bike, deixamos o hotel com a certeza que Atlántida, além de ser uma cidade prazeirosa e acolhedora, com uma linda orla, há também uma boa oferta de restaurantes, algumas opções de hospedagem com bom custo-benefício para curtir essa cidade.
Fiquei surpreso quando li num guia da cidade, que o Pablo Neruda passava temporadas no paisito, mais especificamente em Atlántida, muito menos que, ali havia um pequeno museu em homenagem ao poeta chileno – eu não fazia ideia em relação a essa informação.
Seguimos por uma orla maravilhosa de areia branca e fininha, o mar se perdia no horizonte celeste. É bem verdade que o mar é rio (Rio de la Plata), mas juro que a gente nem lembra desse detalhe.
Na praia Mansa do balneário de Atlántida,s deparamo-nos com um grupo de alunos uniformizados e com as professoras que davam aulas ao ar livre, e ali também as crianças faziam um lanche. A referência deste ponto é “Um Sol para Atlântida”, escultura em ferro feita por Agó Páez Vilaró em homenagem a seu pai, o artista plástico Carlos Páez Vilaró. Trouxemos desse local lindas imagens.






Seguindo em frente, registramos nossa passagem pelo Monumento Mujer En La Playa, uma escultura localizada no Paseo del Sol, calçadão da praia Mansa em Atlántida, feita em aço pelo escultor Julio Carnet Berois – simbolizando uma “mulher livre”. É mais um dos pontos que tem este lindo percurso do litoral.




Deste ponto se avista ainda uma construção que desperta controvérsias e a curiosidade do viajante, conhecida como El Aguila, uma obra construída artesanalmente em 1945 por Juan Torres para o italiano Natalio Michelizzi. Além disso, levava o nome, à época, de La Quimera. Os olhos da águia eram as janelas da sala, que hoje em dia é um mirante para os turistas.



O fato é que o lugar é rodeado de mistérios e, seja como for, é muito curioso pela sua forma de águia observadora, muito visitada, e de lá trouxemos boas e lindas imagens de um ícone para a cidade de Atlántida.
Deixamos a Villa Argentina e seguimos para Montevideo pela IB – Ruta Interbalnearia General Liberal Seregni, passamos na frente da base militar da Força Aérea do Uruguai, avistando, então, o aeroporto internacional Carrasco. Já em Montevideo, entramos na Avenida de Las Americas e seguimos beirando a praia, onde paramos no Sofitel Montevideo Cassino e hotel para procurarmos um restaurante; encontramos o El Italiano.






Só restava encontrar um hotel, e não faltaram opções, mas decidimos por nos hospedar no After Hotel Montevideo, região de Puerto Del Buceo.
Durante o percurso de Atlántida até o hotel conversamos muito na possibilidade de continuarmos a nossa cicloviagem até Colonia del Sacramento, que seria a nossa última etapa. Pela Ruta 1 tivemos informações que a estrada é boa quase em sua totalidade duplicada, só faltando na chegada de Colonia. O trânsito só é intenso na saída da capital até La Plata, o resto do caminho é bem trafegável de bike, segundo ciclistas que já haviam feito o trajeto. Seria um pedal longo de 185 km, mas sem nenhum problema, já que encontrávamos pontos no caminho para compra de água e comida.
Diante da cicloviagem prazeirosa que fizemos pelos balneários, decidimos que íamos ficar em Montevideo mais um dia, empacotar nossas bikes e encerrar por aqui essa bela experiência pedalando em dupla.
Na manhã seguinte, após o café, fomos ao terminal rodoviário de Três Cruces para obtermos informações quanto ao despacho das bikes de Montevideo para o Chuí. Havia duas companhias que nos atenderiam, mas optamos pela COT, devido à logística e seus horários.





Fomos bem recebidos.
Saldo muito positivo do Uruguay, sem falar da ótima hospitalidade do povo uruguaio.
Os 411 km desse passeio como cicloviajante é de baixa altimetria.
Recomendamos a todos.
Uruguay, em breve voltaremos!
